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Analogia no Pensar

~ by Mara Lopes

Analogia no Pensar

Arquivos de Categoria: Passado

Educação Sentimental

04 sexta-feira jun 2010

Posted by tsuki.ia in adeus, adolescência, amizade, ex, gratidão, música, Passado, recomeços

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“A vida que me ensinaram
Como uma vida normal
Tinha trabalho, dinheiro,
Família, filhos e tal
Era tudo tão perfeito
Se tudo fosse só isso
Mas isso é menos do que tudo
É menos do que eu preciso
Agora você vai embora
E eu não sei o que fazer
Ninguém me explicou na escola
Ninguém vai me responder
Eu sei a hora do mundo inteiro
Mas não sei quando parar
É tanto medo de sofrimento
Que eu sofro só de pensar
A quem eu devo perguntar
Aonde eu vou procurar
Um livro onde aprender
A você não me deixar”
Educação Sentimental II – Biquíni Cavadão
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
*Depois da revolta de ontem… de volta ao estado zen.* XD
Eu tenho uma memória muito viva dessa música, na verdade está na minha lista de memórias que eu preferi durante muito tempo não ter e que no final vi que era uma bobagem muito grande tentar eliminar todo o passado. Não tenho só lembranças boas, mas devo muito ao meu passado, sinto meio que uma gratidão por tudo de bom e de ruim que eu já vivi.
Eu lembro de ter ganho um cd junto com um livro de presente de dia dos namorados (tudo made in home) acompanhado de um pedido meio que de brincadeira de casamento e uma rosa, eu disse para a pessoa que não guardei nenhuma recordação em um dos nossos últimos milhares de desentendimentos e reaproximações feitas de forma errada e com certeza na HORA errada dizendo coisas indizíveis.Mas bem, eu guardei tudo… guardei com carinho, não sei quanto a pessoa, mas aquele cd me traz ótimas lembranças de uma época em que tudo era simples e em que eu era muito mais verdadeira em muitos pontos.
Não gosto de revirar o passado, o sobre essa pessoa em especial ainda me é doloroso, muito menos a cada dia que passa, mas as coisas que eu aprendi no presente meio que curaram parte do meu passado e a isso eu também sou grata. Se eu pudesse pedir desculpas, acho que eu pediria para várias pessoas, mas eu sei que quando eu marco uma pessoa é para deixar cicatriz então eu me limito a pedir perdão a Deus e a desejar o bem via pensamento. Como eu digo sempre… o que interessa é quem eu sou agora, e não há mais necessidade de provar isso para ninguém. Dou minhas cabeçadas como todo mundo, e tento ser feliz como todo mundo… fé em Deus e isso me basta.
Parando com o confessionário e suas memórias e indo para as analogias….
Eu ouvi essa música hoje, e eu parei para pensar na minha falta de aptidão para relacionamentos, não só na minha mas na de uma geração inteira. Chamo de “ultra românticos nascidos nos anos 80”, regados a filmes melosos e idealizações. Lembro do meu 1º namorado, e eu sabia milhares de teorias sobre como um relacionamento deveria funcionar, mas não sabia nada na prática de como fazer ele durar. Para uma primeira experiência, 3 anos e 2 meses (acho… péssima para contas, mas passou do aniversário de 3 anos. ) até que foi um recorde bom, mas acho que se alongou demais… na época eu não sabia a hora certa de parar e acho que ambos não sabiam como esquecer. Naquela época eu achava mais simples uma prova de matemática com toda a matéria de funções, que eu só fui assimilar para o vestibular no Cursinho, do que entender por que nós brigávamos tanto!
Os anos passaram e eu vejo que não existem regras, na verdade algumas básicas como no xadrez e o resto é com vocês e os movimentos feitos. O resultado muda muito de um casal para outro, mas a minha idéia fixa de que a escola e os pais não preparam os filhos para um relacionamento a dois, ainda visita minha pensante cabeça em sextas-feiras sem nada de muito especial. Infelizmente algumas coisas se aprendem na prática: beijo, sexo, beber, dirigir… vivenciar ainda é a melhor maneira de se aprender. Se aprende vivendo. A educação sentimental rola na prática, não acredito em quem faz um check-list,  tentando racionalizar tudo e seguir um manual inexistente da melhor conduta que o casal deve ter.
No campo sentimental tudo é muito relativo, cheio de “porquês”, de motivos e complexidades. Pessoas tomam atitudes iguais por razões diferentes e em um caso pode ser bom, no outro ruim ou condenável. Tanto relativismo me força a pensar, o que me leva a ver meus últimos relacionamentos de forma racional, blindei sem dó meu coração. Talvez a entrega incondicional e sincera tenha feito meu 1º namoro durar tanto, e talvez a falta de entrega tenha feito os outros não passarem do 1 ano e meio, mas sou dada a extremos chegando mais perto do equilíbrio a cada dia. Falando ainda dele, eu passei por várias fases estranhas nas várias vezes que terminamos… Dor, raiva, depressão, ódio, sentimento de desprezo, indiferença, vingança -sim eu pedi revanche e machuquei ele…- inconformismo, dó, (colhi o que eu plantei né… levei o troco), meditação, julgamento, absolvição e por fim gratidão. Não há mais nada a ser especulado sobre isso… peguei um sentimento grande e reduzi e transformei ele ao máximo. Tudo que começa tem que ter um fim…
Não quero colecionar relacionamentos, acho estúpido emendar um namoro atrás do outro, decidi que se agora tiver que ser, não vai ser pela paixão como com o 1º, ou pela química e pelo esquecimento com o 2º, ou pela amizade com o 3º, pela solidão com o 4º, pela idealização com o 5º, pela intensidade e dominação ( a la o vento levou… igualzinho.¬¬’) como com o único que morou 1 ano e meio comigo. Do 1º até o último passaram-se quase 7 anos e eu não vejo mais espaço para paixões desenfreadas, feitas por caprichos, orgulhos tolos que só condenam a alma humana a dor e a solidão. Dois desses relacionamentos nem deveriam ser chamados de namoro, mas casinhos…tentativas de talvez virar um relacionamento, mas pela duração e porque houve sentimento estão aqui citados.
Sinto que estou fechando um ciclo, meio que uma despedida dos fantasmas do meu passado. Me sinto muito mais leve depois do ritual que eu fui com o Dario. Materializei aquilo que existia dentro de mim e pela 1ª vez em muito tempo pedi verdadeiras desculpas a todos que machuquei, mesmo que eu pague pelos meus atos    (e de muitas formas eu mereço) sinto que posso fazer isso sem medo, sinto que estou quite com Deus, com a minha consciência e depois de tantas lágrimas talvez com a vida. Depois de um ciclo vicioso eu aprendi que com o coração não se brinca, que o desapego evita machucados e relembrei que saber para onde se vai ainda é a melhor forma de ser feliz.
Talvez você seja uma daquelas pessoas que se martirizam por todos os erros cometidos, ou que não liguem para o passado porque ele não volta, ou que xingue todos(as) ex namorados(as) desejando que quebrem o pescoço ao descer uma escada, ou desejem ter uma munição com balas de prata para a pessoa ir e nunca mais voltar, mas eu acho tudo isso uma grande bobagem.

Quando eu penso em todas as vezes que eu passei por momentos difíceis, eu vejo com clareza a imagem de algum amigo, ou ex namorado me apoiando, me dando colo, me acordando de manhã quando eu estava em depressão, me trazendo comida em casa, indo até o hospital comigo, não dormindo porque eu estava ardendo de febre, não dormindo porque estava o tel comigo até as 4am, ou segurando minha mão no velório da minha mãe, me abraçando bem forte quando meu avô morreu, me ajudando a escolher um apartamento, até aconselhando sobre outros caras mesmo sendo ex, fazendo festa de aniversário surpresa, levando café da manhã na cama, me dando bronca, ensinado a pilotar uma moto, me ajudando a mobiliar a casa, me ajudando a estudar e comemorando quando eu passei na Mackenzie, enxugando minhas lágrimas quando eu precisei sair de casa, e ouvindo quando a minha família me traiu, me buscando no trabalho ou fazendo a janta… era verdadeiro e a alma se alimenta disso. Era amizade e amor em suas diferentes formas, era doação… então eu não consigo pensar de forma ruim de nenhum deles. Me recuso a desejar mal, pois eu estaria pagando momentos importantes, únicos e felizes com ingratidão. Eram coisas que a gente faz quando se importa, tipo família, então sempre vai ter um lugar especial aqui, independente das lembranças ruins.

Não desejo de nenhuma forma que o passado volte, é para frente que se anda, mas se a vida me fizesse esbarrar com algum deles eu até olharia com aquela cara de joinha…rs De poxa, valeu por ter estado ali e ter ido embora quando achou que era a hora. Valeu pelas lembranças, por ser um cara bacana, por ter me ensinado tanto… se sou uma mulher hoje, devo muito a você! Realmente me desculpe por não ter cuidado tão bem do seu coração como eu deveria, também não cuidaram do meu e ai eu aprendi. Não falaria nada, depois de tantas palavras ao vento, tantas juras de eternidade efêmera e bilhetes no espelho de motéis, você vê quando você perde você ganha e que não há nada a ser dito…

Olhar para frente com aquela sensação de valeu a pena… hoje eu vejo muito mais longe do que antes, vejo com mais clareza meu passado por não ter sentimentos envolvidos. Valorizo mais esses momentos como esses que eu citei, não vejo como obrigação, mas como presentes que a vida dá. Deus colocou anjos da guarda no meu caminho até aqui, até que eu decidi ser o anjo da guarda de alguém, não pedir colo, mas sim dar… é mais difícil do que eu pensei, mas eu me sinto bem me doando, mesmo que eu me machuque, sei que vale a pena.
“Quando tudo mais que você sentir morrer, preserve a gratidão com você para que o coração não endureça. Deus faz hoje e só vamos entender lá na frente… Não peça nada em troca.”
Acho que eu fiz um balanço sem querer por estar num momento de pausa… um momento comigo mesma, e estou bem não sentindo falta de estar com ninguém.
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A Primeira Infância…

07 sábado nov 2009

Posted by tsuki.ia in Maturidade, Passado, Pensamentos

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Meus Oito Anos…

“Oh ! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais !Como são belos os dias

Do despontar da existência !
– Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor !

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar !
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar !

Oh ! dias de minha infância !
Oh ! meu céu de primavera !
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã !
Em vez de mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã !

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberta ao peito,
– Pés descalços, braços nus –
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis !

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo,
E despertava a cantar !

Oh ! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !
– Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais !”

Casimiro de Abreu

Este é o livro original, “As Primaveras”, publicado em 1859.

Nostalgia à parte, talvez assim como eu, se pegue pensando em anos passados que na ausência de fotos deixaram apenas boas lembranças. Acredito que os seres humanos têm uma grave tendência a lembrar somente das coisas ruins que lhe acometeram. Como nesta fase da vida não temos  muito controle sobre os rumos de nossas existências, acredito ser uma grande bobagem ficar se lamentando de situações imutáveis. Tenho boas lembranças da minha infância, e lembro de sempre ter olhado o mundo com um certo ar de aceitação perante as dificuldades, como se tudo aquilo não passase de uma grande brincadeira, que um dia em uma data não muito precisa, teria um fim. um olhar de criança traquina que andava descalça na rua que conservo até hoje.

Não vou e nem posso dizer que todos os dias foram normais, que tive a vida mais pacata, os pais que nunca erraram ou que nunca estive triste ou preocupada por motivos que fugissem do normal para a idade. Mas com o passar dos anos e a chegada da maturidade, vi com clareza que o que realmente importava nunca foi ter uma família de comercial de Margarina Doriana, ou esperar que a vida de todos eles fosse eterna, mas ter a consciência de que tudo aquilo era passageiro e não ficar triste com este fato. 

Assim como o Casimiro de Abreu, posso dizer sim que tive uma infância. Daquelas em que sempre existiu muito contato com a natureza, subidas em árvores, sonhos, histórias quase todas as noites antes de dormir,a imensidão do céu olhando estrelas do telhado, carinhos de mãe e até mesmo uma época em que a palavra irmã fazia muito mais sentido do que hoje. Acredito que a infância hoje em dia tem sido vivida com uma pressa absurda, na minha época (nascidos na década de 80), também era, mas é engraçado pensar que mesmo com as influências, nunca fui 100% contaminada pelo “mamãe quero ser grande”.


Agradeço muito a minha mãe, por ter tido certo medo de me ver cescer logo e por ter me dado um toque quando ela achou que era hora de ter mais responsabilidade. Ela nunca me deixou usar maquiagem antes da idade, nunca incentivou o namoro antes dos meus 14 anos, vigiava de longe minhas amizades, conversas e sempre teve um papo muito franco sobre a vida de uma forma geral. Agradeço ao fato de ter tido uma mãe que sabia dizer não, que me deixava de castigo, que cobrava obediência, boas notas e sobre tudo educação. (nem sempre segui tudo que ela falava, natural, mas ela bem que falava.rs) Admiro o fato dela ter tentado mostrar que acima de tudo era uma amiga, e como todos aqui na Terra, humana e portanto pasível de erro e dor.

Agradeço pelas vezes em que ela passava em uma livraria no centro depois do trabalho e trazia para casa um livro para mim e outro para minha irmã. Ou quando mesmo cansada ainda tinha pique para perguntar como tinha sido nosso dia, o que aprendemos no colégio, e  se perder em desvaneios durante a noite contando histórias inventadas por ela sobre borboletas azuis ou flores e batatas. Agradeço por ter crescido em uma casa com 6 pessoas, acho que me ensinou a ser mais altruísta que muito filho-único que eu já vi. Não tinha muito espaço para o egoísmo em nossas vidas. Ao menos na teoria esse pensamento funcionava, mas com 6 pessoas em um sobrado, ou você cedia ou incomodava.


Sonho em um dia ser mãe, sempre adorei crianças, sempre ouvi de namorados coisas como “você daria uma boa mãe” e geralmente era aquela garota para quem eles falavam sobre casamento. Acredito que quem não gosta de criança, ou não teve infância ou não presta! Simples assim.  Talvez hoje eu pense assim por ter tido um contato legal com crianças educadas, ou por ter casado e mesmo não querendo ter filhos agora já não ter o mínimo medo de engravidar. Quem sabe a maturidade, a mesma companheira que me fez entender através das dificuldades os por quês de muitas escolhas, me fez ver de uma forma boa a responsabilidade sobre a vida de alguém. Quem não sabe cuidar de si nunca cuidará bem de alguém.


Espero que meus descendentes possam também colher conchas na praia, subir em árvores e ter um quintal grande para brincar, espero não ter apenas um filho já que acho que é saudável ter irmãos. Na ausência dos pais (como é o meu caso) serão sua única ligação direta com o passado e seus primeiros amigos.  Desejo poder viver cada fase de minha vida sem pressa, por etapas, e quem sabe ser uma mulher tão bacana e vencedora como minha mãe foi. Ser um exemplo em muita coisa, já que a educação se aplica mesmo nos exemplos, tanto os bons quanto os maus. Como eu disse antes, não vou dizer que meus pais nunca erraram, pois o fizeram diversas vezes e esses erros me afetaram de diversas formas. Mas não cabe a mim julgar. Mas o simples fato de terem tentado ao contrário de muita gente que eu vejo todos os dias, já os torna especiais.



Acredito que esse será o único post falando um pouco sobre a minha infância, sobre a minha ausência de pressa em perder a virgindade ou dar o primeiro beijo. Foram coisas que eu não pressionei, simplesmete aconteceram na hora certa. Sobre o mundo louco que estamos vivendo e minha preocupação com o amanhã.  De forma subliminar sobre o que me fez pensar sobre isso.  

Amo tanto meu esposo que é quase inconfessável o desejo que tenho de um dia ver em forma de gente, correndo pela casa, um pedacinho do nosso amor. Eu nunca disse “mamãe quero ser grande”, hoje eu de fato sou gente grande, espero que na hora certa. Tomei para mim tantas responsabilidades nos últimos 3 anos que não sobrou espaço para a imaturidade. Não tenho saco para gente imatura, estouradinha ou fútil. Mas isso fica para outro post.

Oh ! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !



Infância que eu não mudaria uma vírgula, e que por mais que me faça sorrir ao lembrar, não gostaria que voltasse.




M’a inspiré

A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar. -- Fernando Pessoa

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